Haisai!
Uma mistura de falta de tempo e relaxo me fizeram ficar um tempo sem postar nada!
Só para tirar o pó do blog, vou colocar um texto que escrevi para uma amiga fazer um trabalho de faculdade!
Um pouco da identidade uchinanchu pela visão de um descendente nascido no Brasil!
Quem realmente é o uchinanchu?
Além das pessoas que nasceram na ilha de Okinawa, todos os seus descedentes são considerados okinawanos, ou uchinanchu no dialeto local, e, se não todos mas a grande maioria, carrega consigo o orgulho de ser parte da história da ilha!
Esse orgulho é chamado “Espírito Uchinanchu”, que se resume basicamente em manter viva as tradições e cultura desse lugar considerado um paraíso na terra!
Okinawa é conhecida mundialmente por suas belas praias com águas cristalinas, mas para seus filhos sua beleza vai muito além disso, com uma história rica em cultura e diversidade!
Álias, diversidade é uma palavra chave no local, pois desde tempos antigos já se mantinha uma relação de amizade com a China e outros países asiáticos, diferente do Japão que se fechou em sua própria cultura, e hoje com as bases militares americanas, que a maioria da população local é contra, mas aprendeu a conviver com isso!
O uchinanchu carrega consigo um fardo grande de não ser considerado japonês puro pelo Japão e para os estrangeiros serem simplesmente japoneses!
Essa falta de identidade pesou bastante durante a Segunda Guerra Mundial, onde a ilha se tornou palco de uma das batalhas mais sangrentas da história, a “Batalha de Okinawa”, onde morreram milhares de habitantes, tanto pelas mãos de japoneses quanto dos aliados!
Por isso manter viva sua cultura e história é uma questão de mostrar ao mundo que o okinawano tem uma identidade, independente de onde se esteja, que somos especiais sem sermos melhores do que ninguém!
Essa falta de uma identidade real aproxima o uchinanchu do brasileiro, que do mesmo modo que o Brasil, tem uma bagagem cultural bem diversificada, e por ter sofrido muito no passado é um povo acolhedor e sempre disposto a ajudar o próximo!
Mas podemos dizer também que as diferenças são muitas.
Umas das qualidades do okinawano é a absorção de várias qualidades do povos com os quais se teve contato no passsado.
Temos como exemplo a disciplina, que se obteve do povo japonês, apesar do uchinanchu ter fama de sossegado, quando se trata de trabalho, é considerado um dos povos mais sérios nesse quesito!
Um bom exemplo são os imigrantes que chegaram no Brasil há cem anos atrás.
Uma grande parte deles vieram de Okinawa, e por ser um povo mais unido e batalhador que os japoneses, eram os primeiros a serem escolhidos para trabalhar nas fazendas!
Mas uma série de mal entendidos fez com que os imigrantes de Okinawa ficassem com fama de briguentos, o que na verdade eram protestos contra preconceito e péssimas condições de higiene em algumas fazendas, o que fez com que se interrompessem a vinda de pessoas dessa província.
Uma das condições para a volta da imigração foi a criação de entidades para organizar e patrulhar os imigrantes.
Assim foi criada a primeira “Associação Okinawa do Brasil”, que até nos dias atuais são consideradas grandes famílias, onde todos se ajudam e se reúnem para se divertirem.
O respeito aos mais velhos também é uma característica muito marcante no povo uchinanchu.
Os mais jovens ouvem ou lêem sobre a história de seus antepassados, e ao tomarem conhecimento das dificuldades passadas por seus avós , que mesmo assim espalham a alegria de se viver bem a cada dia, sentem um grande orgulho de serem descendentes de pessoas tão fortes que superaram obstáculos que hoje em dia são difíceis até mesmo de se imaginar!
Okinawa tem orgulho de seus filhos, não importa aonde nasceram ou se criaram, e a maior prova disso é o “Festival Mundial uchinanchu”, que ocorre a cada cinco anos na ilha principal.
O objetivo dessa festa é reunir os descendentes de Uchina (Okinawa no dialeto local) de todas as partes do mundo, e mostrar o quanto é importante preservar a história e cultura desse povo!
A edição de 2011 teve um público recorde de quatro mil pessoas só no desfile dos participantes de outros países ( Brasil com a média de mil pessoas), fora o público local e turistas vindo do Japão.
Orgulho, respeito aos mais velhos, respeito à hierarquia, união, solidariedade, aproveitar a vida, respeitar a natureza, alegria todas essas qualidades representam as pessoas ligadas à Okinawa, os uchinanchus, e até mesmo quem não teve contato com a história de seus antepassados e costumes da região, sentem que aquele lugar é especial e esperam conhecer um dia a terra de seus avós!
“Sentir saudades de um lugar que nunca estive antes” é um sentimento comum a todo okinawano, e todos deveriam, pelo menos uma vez na vida, visitar o verdadeiro paraíso na terra!
“Somos especiais sem sermos melhores do que ninguém!”
Um blog sobre tudo,feito por quem não sabe nada!!! A blog about everything done by someone who knows nothing!!!
sexta-feira, 25 de maio de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Traquinagens
Haisai!
Vivendo nas florestas, pregando peças em humanos, cabelo vermelho, corpo
de moleque...
Com essas características, eu poderia muito bem estar falando sobre o
Curupira brasileiro, mas como não citei os pés virados para trás estou me
referindo à lenda das matas de Okinawa: o Kijimuna!
Kijimuna
Também conhecido como Bungaya (ser da cabeça larga), é o mais conhecido
personagem do folclore de Okinawa, sendo inclusive tema de um grande evento que
ocorre na ilha, o Kijimuna Festa!
Aparentando ser um garoto de cinco anos com longos cabelos avermelhados,
o Kijimuna é conhecido por viver nas grandiosas árvores de Banyan, serem
grandes pescadores e principalmente gostar de uma traquinagem!
Logo da festa de 2011
Um dos truques conhecidos é quando ele sobe em cima do peito da pessoa,
impedindo ela de respirar ou mesmo gritar, fenômeno que em japônes é conhecido
como “kanashibari”.
Diz-se que transformado em uma bola de fogo voando entre as matas,
cortando caminho por entre as árvores, o Kijimuna pode se deslocar facilmente
para cercar os humanos que o desafiarem!
Apreciadores da pescaria, são conhecidos por pescarem e comerem somente
um olho do peixe, abandonando o resto no chão.
Ao se tornarem amigo de um ser humano, pode torná-lo rico e próspero,
mas ao ser contrariado pode ser muito malvado também.
Contam-se muitas histórias de homens que foram ajudados por essas
criaturas, como por exemplo, serem carregados em suas costas para atravessarem
uma floresta, mas ao soltar um “pum”, o Kijimuna fica tão nervoso que larga a
pessoa onde quer que esteja e desaparece, deixando-o perdido para sempre!
Na maioria dos contos, a amizade com humanos começa muito bem, mas por
ganância ou relaxo destes, o final é sempre de brigas e mal-entendidos!
A única maneira de se espantar um Kijimuna é ameaçá-lo com a coisa que
ele mais odeia nesse mundo, um polvo, que se jogado em sua frente, faz o mesmo
entrar em pânico e fugir para nunca mais aparecer.
"Eca!!!"
Histórias sobre essa figura do folclore uchinanchu são contadas de
geração para geração e nunca morrem, sempre se renovando a cada ouvido que
escuta as traquinagens do Kijimuna!
Portanto, ao visitar Okinawa, respeite sempre a natureza e, se um
molequinho de cabelos vermelhos quiser ser seu amigo, tome muito cuidado com
sua ganância e puns!!!
Bye
sexta-feira, 16 de março de 2012
Lágrimas de emoção
Haisai!
Hoje venho prestar uma homenagem tardia à alguém muito importante em
minha vida.
Vocês já condenaram seus próprios egoísmos, ao ponto de sentir culpa de não
ter dado o devido valor à algo que já se foi?
Quando eu estava no Brasil, fui presidente de um Seinenkai da Associação
Okinawa da minha cidade!
Meus melhores amigos, meus irmãos de coração, eu conheci através do
Seinen!
Mas por ter dedicado mais da metade do meu tempo, entre estudos e
trabalhos, aos meus amigos, sinto que negligenciei um pouco minha própria
família.
Mas sempre houve duas pessoas que, por mais que eu não estivesse sempre
presente, nunca deixaram de me receber com carinho e amor, sempre com um
sorriso no rosto e dispostas a fazer meu dia feliz!
Minhas duas Obás, minhas avós, que sempre estiveram presentes em minha
vida.
Meus dois Ojis faleceram antes de meu nascimento, o que significa que
essas duas mulheres levaram a família nas costas por muitos anos, com muita
garra e dedicação, mostrando sempre que nunca podemos desistir, por mais que
seja duro continuar.
Recentemente reencontrei a mãe da minha mãe em Okinawa, onde pude
abraçá-la novamente.
Já a mãe do meu pai passou por uma cirurgia de ponte de safena em 2011.
No pós-operatório houveram algumas complicações e pela idade avançada,
82 anos, ela veio a falecer em uma manhã de domingo.
Ao receber a notícia, senti como se uma faca tivesse atravessado meu
coração.
Nunca mais veria aquele sorriso doce, nunca mais seria mimado como
criança, nunca mais ouviria histórias de antigamente, nunca mais poderia
abraçá-la de novo.
Se pudesse encontrá-la de novo, eu não diria “perdoe-me por não ter
estado por perto”, mas sim “te amo, obrigado por tudo”.
Eu acredito que ela foi uma estrela que iluminou minha vida aqui e que
agora ela continua a olhar por mim lá do céu, onde brilha intensamente, ainda
cuidando de mim aonde quer que eu vá.
Um pouco depois dela ter ido, eu estava ouvindo a música “nada sou sou”
do Begin e fiz uma letra em homenagem à ela, não é uma tradução direta, mas sim
um pouco do que eu queria dizer e não tive a oportunidade.
Lágrimas de emoção
Um velho album me traz boas recordações
Dos velhos tempos que ficaram para trás
Sempre que me lembro de nossas emoções
Lágrimas rolam e não param nunca mais
Em um dia claro ou mesmo se a chuva cai
Me lembro do seu sorriso
Que me aquece e me faz tão bem
Só de lembrar, começo a chorar
E em meu rosto rolam lágrimas de emoção
Olho para o alto e me encanto com o céu,
Cada amigo é uma estrela a brilhar,
E sob a luz desse glorioso véu,
Tenho a esperança de um dia te reencontrar!
Em dias tristes ou se a alegria vem,
Me lembro do seu sorriso,
Que me acalma e me faz tão bem,
Entre as estrelas,
Vou te procurar,
Com a certeza de um dia te encontrar!
Em um dia claro ou mesmo se a chuva cai
Me lembro do seu sorriso
Que me alegra e me faz tão bem
Só de lembrar,começo a chorar
E em meu rosto
Rolam lagrimas de emoção!
Quero te encontrar,
E te abraçar,
E você verá minhas lágimas de emoção!
Dos velhos tempos que ficaram para trás
Sempre que me lembro de nossas emoções
Lágrimas rolam e não param nunca mais
Em um dia claro ou mesmo se a chuva cai
Me lembro do seu sorriso
Que me aquece e me faz tão bem
Só de lembrar, começo a chorar
E em meu rosto rolam lágrimas de emoção
Olho para o alto e me encanto com o céu,
Cada amigo é uma estrela a brilhar,
E sob a luz desse glorioso véu,
Tenho a esperança de um dia te reencontrar!
Em dias tristes ou se a alegria vem,
Me lembro do seu sorriso,
Que me acalma e me faz tão bem,
Entre as estrelas,
Vou te procurar,
Com a certeza de um dia te encontrar!
Em um dia claro ou mesmo se a chuva cai
Me lembro do seu sorriso
Que me alegra e me faz tão bem
Só de lembrar,começo a chorar
E em meu rosto
Rolam lagrimas de emoção!
Quero te encontrar,
E te abraçar,
E você verá minhas lágimas de emoção!
"Oba, kukurukara, nihee debiru!"
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Hoshisuna ~A origem das Estrelas de Areia~
“Imagine estar ao lado da pessoa que se gosta andando na beira da praia!
E nessa praia beirando um mar limpo e cristalino, o som das ondas
batendo na areia, no céu a lua cheia ilumina todo o horizonte!
E como um reflexo da abóbada celeste, no chão se pode observar estrelas
de areia que cobrem todo o caminho, formando um cenário inesquecível em nossas
mentes!”
Haisai!
A cena acima poderia estar em um desenho animado ou em um livro de
romance fictício, mas esse lugar existe, e fica em Okinawa!
Reza a lenda que a muito tempo atrás, o Deus da Estrela Polar e a Deusa
do Cruzeiro do Sul resolveram formar uma família com muitos filhos para
iluminar o céu!
Ao consultarem o Deus Celestial sobre o melhor lugar para dar a luz,
este olhou por todo o território terrestre e ao ver a ilha de Taketomi, avistou
no mar um belo recife de corais e disse:
“-Ao sul da ilha de Taketomi existe um lugar onde as ondas do mar são
suaves e sua água é morna, lá é o melhor lugar para dar a luz às suas belas
crianças!”
Sem questionar a palavra do Deus Celestial, a Deusa do Cruzeiro do Sul
desceu até o mar de corais e, ao comprovar a maravilha daquelas águas, pensou:
“-Sim, este é o lugar perfeito para minhas filhas crescerem até poderem
subir aos céus para se juntarem a mim e juntas, iluminarmos as noites para
sempre!”
Mas o governante dos mares, o Deus Sete Dragões do mar, não gostou da
atitude da Deusa em dar a luz em seu território sem pedir permissão e, ao seu
ver, poluir as águas que ele protege com tanto esforço!
Como castigo para tal desrespeito, chamou a Grande Serpente do mar e
ordenou que ela fosse até a ilha e matasse todas as estrelinhas que encontrasse
em seu caminho!
Obediente à seu mestre, a Serpente se dirigiu à ilha e, como lhe foi
ordenado, matou a mordidas todas as inocentes estrelas que flutuavam nas águas
mornas de Taketomi!
Seus corpos boiaram na água até chegarem na beira da praia, onde ficaram
salpicadas de areia!
Ao sul da ilha de Taketomi, em Higashimaki, existe um Utaki (santuário
em louvor ao Deus protetor da região), onde mora uma Deusa menor que, ao ver os
pequenos corpos se comoveu intensamente com o trágico destino daquelas pobres
criaturas!
Como todo ano os aldeões celebravam um festival em sua homenagem, a
Deusa teve a idéia de por os restos mortais das estrelinha em seu incensário
para que, junto com a fumaça, elas pudessem finalmente se juntar aos seus pais
no reino celeste!
Todo ano ocorre esse festival e assim, pouco à pouco, as estrelinhas sobem
aos céus para iluminarem a Terra com seu brilho puro e inocente!
E essa é a história contada de geração para geração sobre a origem das
Hoshizunas, as Estrelas de Areia, que encantam turistas de todos os lugares do
mundo com sua beleza e mistérios naturais que somente uma lenda pode explicar
sua origem!
Lembrancinha vendida em Okinawa
Bye!
Fonte: Vários sites continham a mesma história, então fiz um resumo dos textos!
Foto: Cortesia da Emi-chan!
Local:
Taketomi Island
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
O show dos sonhos
Haisai!
Última parte do documentário!
Parte 5
De volta à São Paulo, foram visitar Miyashiro-san, que guarda um tesouro em sua casa!
Esse tesouro é o Sanshin de seu pai, que veio no primeiro navio com imigrantes que chegou ao Brasil, o Kasato Maru!
Segundo os membros da banda, esse sanshin tem o melhor som já tocado por eles!
Perguntado quanto valeria essa relíquia, foi dito que não tem preço algo assim!
Foi dito que o pai de Miyashiro-san tocava o sanshin em tempos de tristeza, pois lembrava de sua terra natal e o objetivo de se estar ali, por uma vida melhor!
“O sanshin carrega a alma da pessoa que o tocava”, por isso seria uma honra se o Begin tocasse com o sanshin em um evento tão importante para a comunidade uchinanchu!
Mesmo tendo tocado em vários lugares do Japão, tocar para uma platéia de 6 mil pessoas, vindas de todo o Brasil, é algo que deixa qualquer músico ansioso!
Após um ensaio cuidadoso, todos os preparativos prontos, finalmente chega a hora!
Começa o show dos sonhos!
Parte 6
Três músicos, staffs e uma platéia de seis mil pessoas, todas juntas numa só alma!
Todos juntos representando o espírito uchinanchu, Ichariba Choode!
Tadaima! Esse é o sentimento que representa esse concerto!
Mesmo sendo a primeira vez, parece que se está reencontrando velhos amigos!
Após ler uma carta sobre os primeiros imigrantes, é chegada a hora de tocar o sanshin de Miyashiro-san!
A música escolhida é “Mukashi Gaisha Ima Gaisha”, o que imagino foi uma das partes mais emocionantes do concerto!
Última música foi “Nada Sou sou”, onde todos cantaram juntos e se emocionaram!
Parte 7
Voltando para o encore, “sanshin no hana” é tocada junto com o grupo de taiko Ryukyu Matsuri Daiko!
Após “Sanshin no hana”, foi a vez do grupo Requios Gueinou Doukoukai entrar em cena e cantarem juntos a mais famosa música da banda “Shimanchu nu Takara”, minha preferida diga-se de passagem!
Após lágrimas do público “Egao no Manma” fechou o tão esperado show!
Todos de pé e no melhor estilo de Okinawa, dançaram juntos ao ritmo do Kachashi!
Finalmente a promessa de três anos atrás foi cumprida!
E a sensação de satisfação e dever comprido foi sentida pelas duas partes!
A banda por tocar em um país tão diferente mas ao mesmo tempo tão familiar e o público por ter sentido toda a alegria de ser uchinanchu!
E assim termina o documentário, que me emocionou bastante, principalmente por não ter estado presente nesse dia tão importante para toda a comunidade!
Espero que tenham gostado e quem foi que tenha se visto na tela!!!
Begin nihee debiru, mata ne!
Última parte do documentário!
Parte 5
De volta à São Paulo, foram visitar Miyashiro-san, que guarda um tesouro em sua casa!
Esse tesouro é o Sanshin de seu pai, que veio no primeiro navio com imigrantes que chegou ao Brasil, o Kasato Maru!
Segundo os membros da banda, esse sanshin tem o melhor som já tocado por eles!
Perguntado quanto valeria essa relíquia, foi dito que não tem preço algo assim!
Foi dito que o pai de Miyashiro-san tocava o sanshin em tempos de tristeza, pois lembrava de sua terra natal e o objetivo de se estar ali, por uma vida melhor!
“O sanshin carrega a alma da pessoa que o tocava”, por isso seria uma honra se o Begin tocasse com o sanshin em um evento tão importante para a comunidade uchinanchu!
Mesmo tendo tocado em vários lugares do Japão, tocar para uma platéia de 6 mil pessoas, vindas de todo o Brasil, é algo que deixa qualquer músico ansioso!
Após um ensaio cuidadoso, todos os preparativos prontos, finalmente chega a hora!
Começa o show dos sonhos!
Parte 6
Três músicos, staffs e uma platéia de seis mil pessoas, todas juntas numa só alma!
Todos juntos representando o espírito uchinanchu, Ichariba Choode!
Tadaima! Esse é o sentimento que representa esse concerto!
Mesmo sendo a primeira vez, parece que se está reencontrando velhos amigos!
Após ler uma carta sobre os primeiros imigrantes, é chegada a hora de tocar o sanshin de Miyashiro-san!
A música escolhida é “Mukashi Gaisha Ima Gaisha”, o que imagino foi uma das partes mais emocionantes do concerto!
Última música foi “Nada Sou sou”, onde todos cantaram juntos e se emocionaram!
Parte 7
Voltando para o encore, “sanshin no hana” é tocada junto com o grupo de taiko Ryukyu Matsuri Daiko!
Após “Sanshin no hana”, foi a vez do grupo Requios Gueinou Doukoukai entrar em cena e cantarem juntos a mais famosa música da banda “Shimanchu nu Takara”, minha preferida diga-se de passagem!
Após lágrimas do público “Egao no Manma” fechou o tão esperado show!
Todos de pé e no melhor estilo de Okinawa, dançaram juntos ao ritmo do Kachashi!
Finalmente a promessa de três anos atrás foi cumprida!
E a sensação de satisfação e dever comprido foi sentida pelas duas partes!
A banda por tocar em um país tão diferente mas ao mesmo tempo tão familiar e o público por ter sentido toda a alegria de ser uchinanchu!
E assim termina o documentário, que me emocionou bastante, principalmente por não ter estado presente nesse dia tão importante para toda a comunidade!
Espero que tenham gostado e quem foi que tenha se visto na tela!!!
Begin nihee debiru, mata ne!
Local:
Brasil
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Documentário Begin Brasil
Haisai!
Passou essa semana na Asahi Tv o documentário sobre a visita da banda Begin no Brasil!
Como nem todos entendem o idioma japonês, eu resumi um pouco do que foi mostrado!
Parte 1
A banda foi convidada para o centenário, mas por problema de agenda não foi possível ir até o Brasil.
Após três anos a promessa foi enfim cumprida, após ouvirem diversas histórias sobre os imigrantes, o interesse cresceu mais ainda
Após o término do Uchinanchu Taikai de 2011, o presidente da AOKB (Associação Okinawa Kenjinkai do Brasil), Yonamine Shinji, fez então o convite que iria mudar suas vidas, um concerto no Brasil!
Após 33 horas de viagem, finalmente chegaram ao Brasil!
Parte 2
Do outro lado do mundo, encontraram um país muito diferente, com influência européia muito forte!
Ao visitarem o bairro da Liberdade, se sentiram em Okinawa na epóca de criança!
Um lugar que queriam visitar é o Museu da Imigração Japonesa, com várias informações de antigamente, inclusive objetos!
Uma das partes que mais gostei de ver foi uma visita a uma aula de sanshin!
Eles foram em minha cidade, Santo André, e inclusive vi muitos rostos conhecidos!
Após se surpreenderem com a preservação da cultura por jovens, foram visitar uma família, onde a matriarca é uma Oba de 109 anos!
Muito bonito o carinho demonstrado por todos eles!
Parte 3
Chegaram a Campo Grande, um lugar com muitos descendentes de uchinanchu!
Experimentaram o Okinawa Sobá brasileiro com um gosto diferente mas ao mesmo tempo familiar!
Visitaram outra família de uchinanchus, onde o patriarca chegou a mais de 50 anos, e possuí o certificado de “mestre” de sanshin, trazendo inclusive um com ele!
Foram à uma feira, onde viram entre comidas brasileiras o sobá de Okinawa, que faz sucesso entre a população!
Parte 4
Conheceram o Okinawa Kenjinkai de Campo Grande, onde se tem aula de minnyo (dança folclórica), e se sentiram numa máquina do tempo, voltando anos atrás!
Falaram sobre a importância de se preservar a língua e costumes de Okinawa, principalmente pelos mais jovens!
Visitaram depois uma família que fez a vida de tintureiro e plantando bananas!
Me emocionou a parte em que cantam a música Tinsagu nu Hana no ouvido da Oba de 103 anos que já não ouve muito bem, como agradecimento pela visita!
Ressaltaram o respeito à quem vive tanto pela família, e o quanto a família vive para cuidar de quem teve tanto carinho por eles!
Próximo post o final do documentário com o show no Anhembi!
Passou essa semana na Asahi Tv o documentário sobre a visita da banda Begin no Brasil!
Como nem todos entendem o idioma japonês, eu resumi um pouco do que foi mostrado!
Parte 1
A banda foi convidada para o centenário, mas por problema de agenda não foi possível ir até o Brasil.
Após três anos a promessa foi enfim cumprida, após ouvirem diversas histórias sobre os imigrantes, o interesse cresceu mais ainda
Após o término do Uchinanchu Taikai de 2011, o presidente da AOKB (Associação Okinawa Kenjinkai do Brasil), Yonamine Shinji, fez então o convite que iria mudar suas vidas, um concerto no Brasil!
Após 33 horas de viagem, finalmente chegaram ao Brasil!
Parte 2
Do outro lado do mundo, encontraram um país muito diferente, com influência européia muito forte!
Ao visitarem o bairro da Liberdade, se sentiram em Okinawa na epóca de criança!
Um lugar que queriam visitar é o Museu da Imigração Japonesa, com várias informações de antigamente, inclusive objetos!
Uma das partes que mais gostei de ver foi uma visita a uma aula de sanshin!
Eles foram em minha cidade, Santo André, e inclusive vi muitos rostos conhecidos!
Após se surpreenderem com a preservação da cultura por jovens, foram visitar uma família, onde a matriarca é uma Oba de 109 anos!
Muito bonito o carinho demonstrado por todos eles!
Parte 3
Chegaram a Campo Grande, um lugar com muitos descendentes de uchinanchu!
Experimentaram o Okinawa Sobá brasileiro com um gosto diferente mas ao mesmo tempo familiar!
Visitaram outra família de uchinanchus, onde o patriarca chegou a mais de 50 anos, e possuí o certificado de “mestre” de sanshin, trazendo inclusive um com ele!
Foram à uma feira, onde viram entre comidas brasileiras o sobá de Okinawa, que faz sucesso entre a população!
Parte 4
Conheceram o Okinawa Kenjinkai de Campo Grande, onde se tem aula de minnyo (dança folclórica), e se sentiram numa máquina do tempo, voltando anos atrás!
Falaram sobre a importância de se preservar a língua e costumes de Okinawa, principalmente pelos mais jovens!
Visitaram depois uma família que fez a vida de tintureiro e plantando bananas!
Me emocionou a parte em que cantam a música Tinsagu nu Hana no ouvido da Oba de 103 anos que já não ouve muito bem, como agradecimento pela visita!
Ressaltaram o respeito à quem vive tanto pela família, e o quanto a família vive para cuidar de quem teve tanto carinho por eles!
Próximo post o final do documentário com o show no Anhembi!
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Local:
Brasil
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Vida longa à Okinawa
Haisai
Primeiramente Feliz Ano novo (atrasado por sinal), que tudo dê certo nesse ano de 2012 e que todos os nossos desejos se realizem!
Vamos ao primeiro post do ano!
Um dos fato mais conhecidos do povo Uchinanchu é sua longevidade, sendo muito comum encontrar habitantes com mais de cem anos, em sua maioria com uma lucidez invejável à muitos jovens, ainda trabalhando em lavouras e lojas por todo o território de Okinawa!
Um estudo comprovou que na ilha há 50 centenários para cada 100 mil pessoas, sendo que a média para países desenvolvidos é de cerca de 10 a 20 centenários para cada 100 mil.
A expectativa de vida em Okinawa é a maior do mundo, tanto para homens quanto para mulheres, chegando a 82 anos em média, contra 78 no Japão.
Além de atingirem idades avançadas os okinawanos têm os menores índices de doenças cardíacas e outras mais graves como câncer, diabetes etc.
Por isso dizem que a fonte da juventude se encontra no coração e na alegria do Uchinanchu!
Alegria, imagem do uchinanchu
Mas qual o segredo para se ter uma vida tão longa?
“Aos 70 anos é uma apenas uma criança, aos 80 ainda um adolescente e, aos 90, se os seus ancestrais o convidarem a juntar-se à eles no paraíso, diga-lhes que esperem até os 100 anos, idade em que reconsiderará a questão.” –antiga inscrição encontrada em uma rocha próxima de uma praia em Uchina!
Os fatores atribuídos à longevidade dos uchinanchus seriam, a alimentação saudável e balanceada, o estilo de vida adotados pela ilha além do fator genético!
No cardápio okinawano encontramos uma variedade muito grande de verduras e legumes, além de frutos do mar e muitas frutas.
Estima-se que um uchinanchu consome apenas 25 por cento do sal e açúcar de uma pessoa de outra região por refeição, duas vezes mais peixe e três vezes mais vegetais, além de terem o hábito de parar de comer quando se estão cerca de 80% satisfeitos!
E temos também o “embaixador da culinária de Okinawa”, o amargo Goya!
Goya
Muito famoso entre os uchinanchus e seus descendentes, o Goya é um vegetal típico de Okinawa, tendo como principal característica seu gosto amargo, sendo o terror de muitas crianças (confesso, eu odiava Goya quando era mais novo),mas que contém muitas vitaminas e trazendo diversos benefícios à saúde!
O prato mais conhecido de Okinawa é com certeza o Goya Champuru, uma espécie de “salada” de Goya (Champuru em uchinaguchi significa mistura), com tofu, carne de porco, ovos, grãos de soja e é claro, Goya!
Goya champuru
Eu recomendo ir à um restaurante okinawano para experimentar os pratos típicos de lá, que apesar de não serem baratos, são muito bons!
Outro fator decisivo é o estilo de vida levado pelos uchinanchus!
Levando ao pé da letra o “Nutidu Takara”, o modo de se viver sem estresse, respeitando os idosos, sempre vendo o lado bom da vida, ajuda (e muito) à se ter uma vida longa!
Acumular bons momentos de vida é a chave não somente para se viver mais, mas também para se aproveitar ela por completo!
Então por mais que a vida esteja complicada, lembre-se sempre:
Nankurunaisa!
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