domingo, 6 de novembro de 2011

Origens


Haisai!


Meu passeio por Okinawa foi marcado por uma viagem inesquecível na terra natal de meus antepassados!

A cidade de Itoman (糸満市) localizada ao Sul de Naha, com uma população de aproximadamente 56 mil habitantes (dados de 2010), fundada no dia primeiro de dezembro de 1971, com sua economia baseada principalmente na pesca é uma típica cidade de interior, aconchegante e com um povo acolhedor.


 
Uma de suas atrações turísticas mais famosas é a “Cornerstone of peace”, algo como a “pedra angular da paz”, localizada no Museu Memorial da Paz, onde se encontra escrito o nome de todas as pessoas que morreram durante a batalha de Okinawa, okinawanos, aliados e a parte do eixo do mal, não fazendo separação de quem foram “bons” ou “mals”, simplesmente uma oração para as almas daqueles que perderam suas vidas.

Também nesse local se encontra o “Penhasco do suicídio”, onde devidos aos terríveis rumores do que poderiam ser feitos aos perdedores da guerra, muitas famílias se lançaram para a morte nesse penhasco!


                     
                  Pedras com os nomes


                  Cornerstone of Peace

Fugindo um pouco das atrações tristes, também vale a pena visitar o mercado de peixes da cidade.

Com uma variedade enorme de peixes, o preço baixo surpreende pela diferença com o que estamos acostumados a pagar aqui no Japão!

A tranquilidade da cidade reflete diretamente em seus moradores, acostumados com estrangeiros são todos bem simpáticos e gentis.

O bairro onde moram meus parentes, não tão distantes agora, fica em um local afastado do centro, com várias residências perto uma das outras, e assim como no Brasil todos os moradores se conhecem.

O terreno é muito grande, composto por lugares vazios sem nenhuma construção e casas de parentes também.


                    Uma vista da cidade


 Demos uma passada na escola em que minha Oba estudou no passado, cerca de 20 minutos de carro ( e ela fazia esse trajeto a pé todos os dias!), que apesar de ser domingo, tinha gente treinando futebol por lá!
 
Recebi do sobrinho da minha Oba (que deve ser só um pouco mais novo que ela) um conjunto de documentos que representa a “árvore genealógica” da família, datada de 1400 até os dias de hoje!
Minha missão é listar a parte brasileiro dessa árvore, com o nome e dados de todos os familiares à partir de minha Oba.

Pelo que eu pude ver ( e entender) desses documentos, o topo da árvore vem diretamente da linhagem dos reis do Reino de Ryukyu, o que significa que, mesmo distante, tenho uma relação com a nobreza de Okinawa!

Como meu tempo era curto, nem pude aproveitar muito a visita pela cidade, o que é uma pena pois tenho certeza de que teria muito o que conversar com as pessoas de lá (apesar de eles misturarem muito o japonês com o uchinaguchi).

Mas como agora tenho um trabalho a cumprir, é certeza que voltarei lá para aprender mais sobre a história da família e costumes locais!

Próximo post será sobre Naha e o final de minha viagem em Okinawa!

Bye


Nota

Se localiza em Itoman também uma caverna que é considerada o ponto final da Segunda Guerra, onde um grupo de estudantes treinadas para serem enfermeiras, com o medo dos estupros por parte dos americanos e japoneses se escondiam em cavernas, e em uma dessas cavernas foi jogada uma granada por parte dos militares americanos, que deixou somente cinco sobreviventes de um grupo de quarenta e cinco mulheres.

Em homenagem à essas pessoas foi erguido o “Monumento Himeyuri”.


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