quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O show dos sonhos

Haisai!

Última parte do documentário!

Parte 5







De volta à São Paulo, foram visitar Miyashiro-san, que guarda um tesouro em sua casa!

Esse tesouro é o Sanshin de seu pai, que veio no primeiro navio com imigrantes que chegou ao Brasil, o Kasato Maru!

Segundo os membros da banda, esse sanshin tem o melhor som já tocado por eles!
Perguntado quanto valeria essa relíquia, foi dito que não tem preço algo assim!
Foi dito que o pai de Miyashiro-san tocava o sanshin em tempos de tristeza, pois lembrava de sua terra natal e o objetivo de se estar ali, por uma vida melhor!
“O sanshin carrega a alma da pessoa que o tocava”, por isso seria uma honra se o Begin tocasse com o sanshin em um evento tão importante para a comunidade uchinanchu!

Mesmo tendo tocado em vários lugares do Japão, tocar para uma platéia de 6 mil pessoas, vindas de todo o Brasil, é algo que deixa qualquer músico ansioso!
Após um ensaio cuidadoso, todos os preparativos prontos, finalmente chega a hora!
Começa o show dos sonhos!


Parte 6





Três músicos, staffs e uma platéia de seis mil pessoas, todas juntas numa só alma!
Todos juntos representando o espírito uchinanchu, Ichariba Choode!

Tadaima! Esse é o sentimento que representa esse concerto!
Mesmo sendo a primeira vez, parece que se está reencontrando velhos amigos!
Após ler uma carta sobre os primeiros imigrantes, é chegada a hora de tocar o sanshin de Miyashiro-san!
A música escolhida é “Mukashi Gaisha Ima Gaisha”, o que imagino foi uma das partes mais emocionantes do concerto!
Última música foi “Nada Sou sou”, onde todos cantaram juntos e se emocionaram!

Parte 7







Voltando para o encore, “sanshin no hana” é tocada junto com o grupo de taiko Ryukyu Matsuri Daiko!
Após “Sanshin no hana”, foi a vez do grupo Requios Gueinou Doukoukai entrar em cena e cantarem juntos a mais famosa música da banda “Shimanchu nu Takara”, minha preferida diga-se de passagem!

Após lágrimas do público “Egao no Manma” fechou o tão esperado show!
Todos de pé e no melhor estilo de Okinawa, dançaram juntos ao ritmo do Kachashi!

Finalmente a promessa de três anos atrás foi cumprida!
E a sensação de satisfação e dever comprido foi sentida pelas duas partes!

A banda por tocar em um país tão diferente mas ao mesmo tempo tão familiar e o público por ter sentido toda a alegria de ser uchinanchu!

E assim termina o documentário, que me emocionou bastante, principalmente por não ter estado presente nesse dia tão importante para toda a comunidade!

Espero que tenham gostado e quem foi que tenha se visto na tela!!!

Begin nihee debiru, mata ne!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Documentário Begin Brasil

Haisai!

Passou essa semana na Asahi Tv o documentário sobre a visita da banda Begin no Brasil!

Como nem todos entendem o idioma japonês, eu resumi um pouco do que foi mostrado!

Parte 1





A banda foi convidada para o centenário, mas por problema de agenda não foi possível ir até o Brasil.

Após três anos a promessa foi enfim cumprida, após ouvirem diversas histórias sobre os imigrantes, o interesse cresceu mais ainda

Após o término do Uchinanchu Taikai de 2011, o presidente da AOKB (Associação Okinawa Kenjinkai do Brasil), Yonamine Shinji, fez então o convite que iria mudar suas vidas, um concerto no Brasil!

Após 33 horas de viagem, finalmente chegaram ao Brasil!

Parte 2




Do outro lado do mundo, encontraram um país muito diferente, com influência européia muito forte!

Ao visitarem o bairro da Liberdade, se sentiram em Okinawa na epóca de criança!

Um lugar que queriam visitar é o Museu da Imigração Japonesa, com várias informações de antigamente, inclusive objetos!

Uma das partes que mais gostei de ver foi uma visita a uma aula de sanshin!

Eles foram em minha cidade, Santo André, e inclusive vi muitos rostos conhecidos!

Após se surpreenderem com a preservação da cultura por jovens, foram visitar uma família, onde a matriarca é uma Oba de 109 anos!

Muito bonito o carinho demonstrado por todos eles!

Parte 3






Chegaram a Campo Grande, um lugar com muitos descendentes de uchinanchu!

Experimentaram o Okinawa Sobá brasileiro com um gosto diferente mas ao mesmo tempo familiar!

Visitaram outra família de uchinanchus, onde o patriarca chegou a mais de 50 anos, e possuí o certificado de “mestre” de sanshin, trazendo inclusive um com ele!

Foram à uma feira, onde viram entre comidas brasileiras o sobá de Okinawa, que faz sucesso entre a população!


Parte 4






Conheceram o Okinawa Kenjinkai de Campo Grande, onde se tem aula de minnyo (dança folclórica), e se sentiram numa máquina do tempo, voltando anos atrás!

Falaram sobre a importância de se preservar a língua e costumes de Okinawa, principalmente pelos mais jovens!

Visitaram depois uma família que fez a vida de tintureiro e plantando bananas!

Me emocionou a parte em que cantam a música Tinsagu nu Hana no ouvido da Oba de 103 anos que já não ouve muito bem, como agradecimento pela visita!

Ressaltaram o respeito à quem vive tanto pela família, e o quanto a família vive para cuidar de quem teve tanto carinho por eles!

Próximo post o final do documentário com o show no Anhembi!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Vida longa à Okinawa


Haisai

Primeiramente Feliz Ano novo (atrasado por sinal), que tudo dê certo nesse ano de 2012 e que todos os nossos desejos se realizem!

Vamos ao primeiro post do ano!

Um dos fato mais conhecidos do povo Uchinanchu é sua longevidade, sendo muito comum encontrar habitantes com mais de cem anos, em sua maioria com uma lucidez invejável à muitos jovens, ainda trabalhando em lavouras e lojas por todo o território de Okinawa!

Um estudo comprovou que na ilha há 50 centenários para cada 100 mil pessoas, sendo que a média para países desenvolvidos é de cerca de 10 a 20 centenários para cada 100 mil.

A expectativa de vida em Okinawa é a maior do mundo, tanto para homens quanto para mulheres, chegando a 82 anos em média, contra 78 no Japão.

Além de atingirem idades avançadas os okinawanos têm os menores índices de doenças cardíacas e outras mais graves como câncer, diabetes etc.

Por isso dizem que a fonte da juventude se encontra no coração e na alegria do Uchinanchu!



       
                     Alegria, imagem do uchinanchu


Mas qual o segredo para se ter uma vida tão longa?

“Aos 70 anos é uma apenas uma criança, aos 80 ainda um adolescente e, aos 90, se os seus ancestrais o convidarem a juntar-se à eles no paraíso, diga-lhes que esperem até os 100 anos, idade em que reconsiderará a questão.” –antiga inscrição encontrada em uma rocha próxima de uma praia em Uchina!

Os fatores atribuídos à longevidade dos uchinanchus seriam, a alimentação saudável e balanceada, o estilo de vida adotados pela ilha além do fator genético!

No cardápio okinawano encontramos uma variedade muito grande de verduras e legumes, além de frutos do mar e muitas frutas.

Estima-se que um uchinanchu consome apenas 25 por cento do sal e açúcar de uma pessoa de outra região por refeição, duas vezes mais peixe e três vezes mais vegetais, além de terem o hábito de parar de comer quando se estão cerca de 80% satisfeitos!

E temos também o “embaixador da culinária de Okinawa”, o amargo Goya!


                                Goya

Muito famoso entre os uchinanchus e seus descendentes, o Goya é um vegetal típico de Okinawa, tendo como principal característica seu gosto amargo, sendo o terror de muitas crianças (confesso, eu odiava Goya quando era mais novo),mas que contém muitas vitaminas e trazendo diversos benefícios à saúde!

O prato mais conhecido de Okinawa é com certeza o Goya Champuru, uma espécie de “salada” de Goya (Champuru em uchinaguchi significa mistura), com tofu, carne de porco, ovos, grãos de soja e é claro, Goya!
                            Goya champuru

Eu recomendo ir à um restaurante okinawano para experimentar os pratos típicos de lá, que apesar de não serem baratos, são muito bons!

Outro fator decisivo é o estilo de vida levado pelos uchinanchus!

Levando ao pé da letra o “Nutidu Takara”, o modo de se viver sem estresse, respeitando os idosos, sempre vendo o lado bom da vida, ajuda (e muito) à se ter uma vida longa!






Acumular bons momentos de vida é a chave não somente para se viver mais, mas também para se aproveitar ela por completo!

Então por mais que a vida esteja complicada, lembre-se sempre:

Nankurunaisa!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Churakagi!


Haisai!

Uma nova seção no blog!

Aqui apresentarei a beleza de Okinawa além das praias e pontos turísticos!

“Churakagi” significa rosto bonito em uchinaguchi!

E para começar com o pé direito, nada melhor do que começar com o rosto bonito que mais se tornou famoso nos últimos tempos, Kuroki Meisa (黒木 メイサ).



Biografia

Nascida em 28 de maio de 1988 na cidade de Nago, em Okinawa sob o nome de Shimabukuro Satsuki.
Mãe japonesa e pai nipo-descendente*, mais nova de quatro irmãs, foi descoberta no segundo ano do colégio por um olheiro da agência B.B.Waves de Okinawa!

Com uma beleza exótica bem distribuída entre seus 1,65 metros, logo conseguiu vários trabalhos em peças de teatro e séries de tv.


Foi contratada pela famosa revista JJ, sendo sua modelo oficial, e assim começa sua jornada para o sucesso!



Atuou em vários filmes de grande sucesso no Japão, entre eles:

Assault girls
Crows zero II
Space Battleship Yamato   
Yajima Byoushitsu

E também em vários doramas, que se destacam:

Ichi pound no fukuin (primeira dorama que assisti dela!)
Chance
Ninkyo helper
Shinzamono
Shiawase ni naro yo
Jyuu

Além de se dedicar ao mundo da música, com ritmos dançantes e combinados com sua beleza, cada single é sucesso certo!





*Eu pesquisei em vários sites e encontrei várias nacionalidades para o pai dela, mas eu creio que ele seja brasileiro!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Herói Uchinanchu


Haisai!

Quando o mal aparece na ilha de Okinawa, um homem é escolhido pelo gênio das “Mabui stones” para proteger a ilha dos seres malvados. Esse herói é chamado Ryujin Mabuyer (琉神マブヤー).





É com a lenda acima que somos apresentados ao verdadeiro super-herói de Okinawa, que ao estilo dos melhores tokusatsus japoneses, conquistou até mesmo o público de fora da ilha!
Apesar de não contar com um grande orçamento, e ter atores não muito famosos, a série possui um carisma regional que faz valer a pena assistí-la!

Além de poder ver os cenários baseados em Okinawa, também há muitas referências à cultura da ilha, inclusive com aulas de uchinaguchi!

História:

No ano de 2008 a ilha de Okinawa é um lugar bonito e pacífico. Sem o conhecimento dos habitantes da ilha, um grande mal aparece.
Os monstros de Majimun planejam roubar as nove lendárias Mabui Stones.
É assim que o poderoso Ryujin Mabuyer aparece para destruir o mal e salvar o povo de Uchina!
O escolhido da primeira fase se chama Kanai, que além de passar por uma crise de poder, ainda tem que enfrentar o próprio irmão na batalha contra o exército maligno!
E como toda história de super-herói o bem triunfa no final!

As lendárias Mabui Stones tem dentro de si todo o poder do tesouro cultural de Okinawa, elas são:

Uchinaguchi Mabui Stone: Se perdida, a língua materna de Okinawa será esquecida para sempre.

Ishiganto Mabui Stone: Se perdida, a proteção de Ishiganto desaparecerá, ocorrendo desastres e acidentes.

Te-ge- Mabui Stone: Se perdida, toda o modo de viver dos uchinanchus se perderá.

Eisa Mabui Stone: Se perdida, não será possível dançar eisa nunca mais.

Cha-gan-jyu Mabui Stone: Se perdida, não haverá mais ninguém saudável.

Ichariba Choode Mabui Stone: Se perdida, toda a amizade do mundo se perderá.

To-to-me Mabui Stone: Se perdida, o respeito aos ancestrais será esquecido.

Nutidu Takara Mabui Stone: Se perdida, a vida não será mais valorizada.

Kacha-shi Mabui Stone: Se perdida, não haverá mais kacha-shi nas danças.

                       Mabui Stone



É com essa premissa, mesclando cultura e ensinamentos sobre a língua okinawana, a série se tornou um sucesso entre os “Heróis locais”, como são chamados os seriados baseados em províncias específicas do Japão!

Curiosidades

-O vilão se chama Habu Devil, habu é a cobra típica de okinawa.
-Existem três Ryujin Mabuyer, sendo dois homens e uma garota

-Os capangas são somente dois, bem desengonçados por sinal.

-Um filme para cinema será lançado em 2012, tendo como protagonistas Yamada Shintaro (membro da banda Saata Andagi) e ISSA ( líder do grupo Da Pump).


-A música tema é cantada pela banda peruana Diamantes

Glossário

-Majimun: Demônio ou monstro em uchinaguchi
-Ishiganto: São pedras que podem ser encontradas em toda Okinawa, diz-se que protegem as pessoas de acidentes nas ruas
-Mabuya: Espírito em uchinaguchi
Kacha-shi: Dança onde todos se levantam e começam a dançar, muito comum nos finais de eventos

Fonte: Site Mabuyer Project

sábado, 19 de novembro de 2011

Begin no Brasil


Haisai!!!


                       
                    Cartaz oficial do show


Diretamente da maravilhosa ilha de Ishigaki (石垣島) para a terra do samba e futebol, a banda Begin trouxe toda a alegria e a demonstração do Espírito Uchinanchu para todos os descendentes de Uchina que residem no Brasil!

Foi a primeira vez deles em terras brasileiras, onde puderam sentir todo o carinho e simpatia do povo, principalmente de seus “Shimanchus”,compatriotas, lembrando que todos os descendentes de okinawanos são considerados uchinanchus, e assim sendo, mostrando que o “Ichariba Choode” realmente é verdadeiro!


                     O trio em ação

Não pude comparecer ao show por um pequeno problema de distância,somente meio planeta me separava do Pavilhão de Exposições do parque doAnhembi, mas meus amigos que estiveram presentes me garantiram que foi um show único, para se lembrar por toda a vida!




                      Platéia

A Karina (do blog Tesouros de Okinawa, que também fez uma matéria sobre o show), tocou taiko com eles (inveja, diga-se de passagem), e o pessoal do Kaikan que eu faço parte, o Uruma, também participaram em peso!

Pelos sites que visitei para saber um pouco mais sobre o show, quase todos concordaram que a parte mais emocionante foi quando o vocalista Higa Eishō recebeu das mãos de Seishin Miyashiro, filho de Ihachi Miyashiro, o primeiro sanshin que veio de Okinawa para o Brasil, junto com seu pai no Kasato Maru, o navio que trouxe os imigrantes pioneiros do Japão e tocou a música “Mukashiwa kaisha, ima wa kaisha”.

Enfim, foi uma oportunidade única, onde quase 7 mil pessoas puderam sentir o espírito Uchinanchu através de um de seus maiores representantes!

Uma breve biografia:



                         Begin

Formada por Higa Eishō (vocal), Shimabukuru Masaru (violão) e Uechi Hitoshi (piano), o trio é talvez a mais conhecida banda de Okinawa do mundo!

Os três rapazes se conheceram no primário e estudaram juntos até o colégio, onde após se formarem, cada um seguiu seu próprio caminho.

Alguns anos depois, eles se encontraram novamente e decidiram trabalhar com música juntos.
Após tocar na festa de casamento de um amigo, a banda começou a fazer sucesso pela ilha, sendo assim nomeada como “Begin”!

Com várias músicas de sucesso, como “Shimanchu nu takara”, “Nada sou sou”,“Sanshin no hana”, “Ojii jiman no Orion biru”, “Kariyushi no yoru” entre muitas outras, o trio se tornou uma das mais conhecidas bandas não só em Okinawa mas em todo o Japão, espalhando a alegria e simpatia que é característica de todos os Uchinanchus!













Nota: O Begin tem um repertório composto por músicas no ritmo de Blues também, que sendo muito diferente do estilo musical “oficial” deles, faz valer a pena dar uma conferida nesse lado “B” da banda.

Fontes: Biografia pela wikipedia japonesa e fotos de Gabriel Inamine.

sábado, 12 de novembro de 2011

Ínicio e fim


Haisai

Última parte de minha aventura em Okinawa, dessa vez falarei sobre a capital da província, Naha!

Ao pôr os pés na cidade, minha primeira impressão foi a de estar de volta ao Brasil, tamanha à semelhança entre Naha com São Paulo!

Começando pelos prédios, feitos de concreto e não de “papel” como costumamos dizer das construções do Japão, pelo fato de Okinawa todo ano sofrer com vários tufões, com ventos muito fortes, que seriam sériamente danificados se forem feitos com material mais frágil, e a distância das placas tectônicas japonesas, que tornam a possibilidade de terremotos bem abaixo da média nipônica!

O clima também é “brasileiro”, sendo quente no verão e não muito frio no inverno, com temperaturas de 15ºC  em média (muito acima da média do inverno japônes).

Eu, particularmente, achei o trânsito meio bagunçado, com cruzamentos difíceis de entender e motoristas imprudentes, a maioria formada por turistas japoneses, que por não conhecer bem o lugar tornam a tarefa de dirigir um verdadeiro desafio!

A principal rota é a famosa Rota 58, que corta a ilha principal de Okinawa de ponta a ponta (foi por ela que fui de Naha até Itoman), sendo inclusive tema de vários presentes e imagens relacionadas à província (tem um grupo chamado Karyushi 58, inspirado nessa avenida)!



                        Rota 58


O cenário da cidade se divide entre prédios e o porto de Naha, principal ligação do antigo Reino de Ryukyu com a China, Coréia e Japão.

Entre os vários prédios que eu vi, destaco o Naha Cellular Stadium e um restaurante em cima de uma árvore (?).


                     
                         Hein???

O principal ponto turístico é o Castelo de Shuri, do qual já falei alguns posts atrás, sendo muito procurado pelos visitantes.


Um dos problemas para quem se desloca de carro em Naha é a falta de estacionamento nos lugares (restaurantes, lojas de conveniência, lojas etc), o que torna quase obrigatório o uso dos estacionamentos pagos. Talvez por isso o transporte público é muito utilizado, como ônibus e o famoso monorail, algo como monotrilho, além da bicicleta e caminhada.



                        Monotrilho


A estrutura e a organização da cidade se torna ainda mais impressionante se soubermos que durante a Segunda Guerra Mundial, o centro de Naha foi completamente destruído, precisando ser totalmente reerguido pelo seus moradores e governo!

E assim termina minha viagem para Okinawa, do mesmo ponto em que começou, na capital da província!
Foi realmente um prazer estar em Uchina pela primeira vez e tenho certeza de que voltarei  para esse lugar lindo!

Deixei Okinawa não com um “adeus” e sim com um “até logo”!

Bye

domingo, 6 de novembro de 2011

Origens


Haisai!


Meu passeio por Okinawa foi marcado por uma viagem inesquecível na terra natal de meus antepassados!

A cidade de Itoman (糸満市) localizada ao Sul de Naha, com uma população de aproximadamente 56 mil habitantes (dados de 2010), fundada no dia primeiro de dezembro de 1971, com sua economia baseada principalmente na pesca é uma típica cidade de interior, aconchegante e com um povo acolhedor.


 
Uma de suas atrações turísticas mais famosas é a “Cornerstone of peace”, algo como a “pedra angular da paz”, localizada no Museu Memorial da Paz, onde se encontra escrito o nome de todas as pessoas que morreram durante a batalha de Okinawa, okinawanos, aliados e a parte do eixo do mal, não fazendo separação de quem foram “bons” ou “mals”, simplesmente uma oração para as almas daqueles que perderam suas vidas.

Também nesse local se encontra o “Penhasco do suicídio”, onde devidos aos terríveis rumores do que poderiam ser feitos aos perdedores da guerra, muitas famílias se lançaram para a morte nesse penhasco!


                     
                  Pedras com os nomes


                  Cornerstone of Peace

Fugindo um pouco das atrações tristes, também vale a pena visitar o mercado de peixes da cidade.

Com uma variedade enorme de peixes, o preço baixo surpreende pela diferença com o que estamos acostumados a pagar aqui no Japão!

A tranquilidade da cidade reflete diretamente em seus moradores, acostumados com estrangeiros são todos bem simpáticos e gentis.

O bairro onde moram meus parentes, não tão distantes agora, fica em um local afastado do centro, com várias residências perto uma das outras, e assim como no Brasil todos os moradores se conhecem.

O terreno é muito grande, composto por lugares vazios sem nenhuma construção e casas de parentes também.


                    Uma vista da cidade


 Demos uma passada na escola em que minha Oba estudou no passado, cerca de 20 minutos de carro ( e ela fazia esse trajeto a pé todos os dias!), que apesar de ser domingo, tinha gente treinando futebol por lá!
 
Recebi do sobrinho da minha Oba (que deve ser só um pouco mais novo que ela) um conjunto de documentos que representa a “árvore genealógica” da família, datada de 1400 até os dias de hoje!
Minha missão é listar a parte brasileiro dessa árvore, com o nome e dados de todos os familiares à partir de minha Oba.

Pelo que eu pude ver ( e entender) desses documentos, o topo da árvore vem diretamente da linhagem dos reis do Reino de Ryukyu, o que significa que, mesmo distante, tenho uma relação com a nobreza de Okinawa!

Como meu tempo era curto, nem pude aproveitar muito a visita pela cidade, o que é uma pena pois tenho certeza de que teria muito o que conversar com as pessoas de lá (apesar de eles misturarem muito o japonês com o uchinaguchi).

Mas como agora tenho um trabalho a cumprir, é certeza que voltarei lá para aprender mais sobre a história da família e costumes locais!

Próximo post será sobre Naha e o final de minha viagem em Okinawa!

Bye


Nota

Se localiza em Itoman também uma caverna que é considerada o ponto final da Segunda Guerra, onde um grupo de estudantes treinadas para serem enfermeiras, com o medo dos estupros por parte dos americanos e japoneses se escondiam em cavernas, e em uma dessas cavernas foi jogada uma granada por parte dos militares americanos, que deixou somente cinco sobreviventes de um grupo de quarenta e cinco mulheres.

Em homenagem à essas pessoas foi erguido o “Monumento Himeyuri”.